quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Ostara: O equinócio de Primavera e antigo sabbat que deu origem à Páscoa cristã

Hoje vou falar um pouco sobre o Ostara, conhecido também como Eostre ou Equinócio de Primavera, um Sabbat onde é celebrado o equilíbrio entre o Deus e a Deusa e a fertilidade. Ostara é comemorado por volta do dia 20/21 de Março no hemisfério Norte e 21/22 de Setembro no hemisfério Sul. Para os pagãos que seguem a roda celta, como a Wicca, é um dia de celebrações e festividades e uma data de equilíbrio e reflexão, onde devemos repensar nossas atitudes e desejar fertilidade em nossas vidas (no sentido de prosperidade, amor, saúde, etc.).


Esse Sabbat é comemorado por ser o primeiro dia da Primavera, quando o dia e noite têm a mesma duração e quando o Sol se encontra no centro da Linha do Equador. Por conta disso, o Inverno e a época fria do ano vão dando lugar ao Sol que está aos poucos se fortalecendo e banhando a Terra com seu calor.  É o despertar da terra depois de um longo inverno e começo de uma época onde as pessoas  ficam mais ativas e passam mais tempo ao ar livre. O Deus é representado como o Sol, que está cada vez mais forte, enquanto a Deusa dá lugar a uma jovem donzela cheia de vida. É um ritual de fertilidade e, por conta disso, um dos símbolos desse Sabbat é o coelho, por ser conhecido como um animal muito fértil e por sua gestação demorar cerca de 28 dias, mesmo período do ciclo lunar. Outro símbolo dessa celebração é o ovo, que por si só carrega o simbolismo da geração da vida.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Mundo Medieval: Uma experiência imersiva na Idade Média

O assunto de hoje é uma resenha sobre o evento "Mundo Medieval - O futuro do reino depende da sua presença", que ocorreu no dia 02 de Julho de 2016 no Monte Castelo Eventos, em Mauá. Com muitos amantes da Idade Média e simpatizantes vestidos a caráter, o clima do local era de uma verdadeira viagem ao tempo.


Antes de embarcar em outro século...

A princípio, quando eu soube desse evento (através do Facebook mesmo), tinha até pensado em não ir devido ao castelo ser no interior e também porque eu basicamente iria sozinha (meus amigos não são tão fãs da Era Medieval quanto eu), e isso acabou me desanimando um pouco. Acabei combinando de ir junto com minha parceira aqui do site e agora amiga, a Thais, que é estilista e proprietária da marcas de roupas medievais Elriha.

Comprei o ingresso cerca de uma semana depois e paguei aproximadamente R$ 90,00 com as taxas. No começo das vendas os ingressos custavam cerca de R$ 40,00 (eram vendidos por lotes), e como acabei comprando quase perto do dia do evento, paguei o maior valor. Havia disponível também, somente no começo das vendas, o ingresso 'Camarote Open Bar' que, como o nome já diz, dava direito a uma série de bebidas. Esse setor foi um dos primeiros a esgotar.

Os organizadores disponibilizaram vans, com saída do metrô Corinthians - Itaquera, pelo preço de R$ 40,00 ida e volta. Acredito que esse tipo de transporte facilitou muito e possibilitou também que outras pessoas pudessem ir sem preocupações com carro, trem, etc. Eu sou um exemplo disso. Se não houvesse vans, dificilmente eu iria, até porque é muito longe de onde moro e o transporte público também não facilita muito as coisas. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

Yule - O Solstício de Inverno que deu lugar ao Natal cristão

Hoje vou falar um pouco sobre o Yule, ou Solstício de Inverno, um Sabbat onde é comemorado o início dessa estação, simbolizando morte e renascimento. O Yule é comemorado por volta do dia 20/21 de Junho no hemisfério Sul e no dia 21 de dezembro no hemisfério Norte. Para os pagãos que seguem a roda celta, principalmente a Wicca, é um dia de festividades.



Em Yule ocorre a noite mais escura e fria do ano. Nesse Sabbat os celtas comemoravam a colheita e faziam uma grande festa. Era costume também confeccionar e trocar presentes, além de enfeitar a casa e as árvores. Os celtas traziam para dentro de suas casas uma árvore para que os espíritos da natureza tivessem um lugar confortável para permanecer durante os dias frios da estação. Esse Sabbat corresponde ao Natal cristão. Nessa época pode-se enfeitar o altar com folhas e frutos secos, juntamente com velas verdes e vermelhas.

Origens do Yule

O Yule era comemorado pelos Celtas no dia 21 de dezembro. Nessa data, era costume as famílias levarem árvores verdes para dentro de suas casas (principalmente pinheiros) e enfeitá-las homenageando os espíritos da natureza. A árvore era então enfeitada com sinos e com um pentagrama na parte de cima. Aos pés da árvore eram deixados presentes para os elementais e espíritos da natureza, com pedidos para que todos se mantivessem vivos e fortes durante o rigoroso inverno.  Era costume também entre os celtas presentear amigos e família com objetos de cunho artesanal, para mostrar a importância dessas pessoas em suas vidas. 

Em Yule comemora-se o nascimento da Criança do Sol, que trará calor e fertilidade à terra e o Deus Cornífero, consorte da Deusa. É tempo também de se recolher junto à família, protegendo-se do frio. Para os celtas, celebrar o Solstício de Inverno era reafirmar a continuação da vida, pedindo aos espíritos da natureza coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades enfrentadas até o início da primavera.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Uma viagem à Paris em "The Musketeers"

Hoje a postagem é sobre mais uma série (pois é, viciei nelas) que eu assisti e gostei muito: The Musketeers (em português, Os Mosqueteiros). Um dos motivos de eu ter começado a assisti-la foi devido ao ator Santiago Cabrera, que atuou como Lancelot em "As Aventuras de Merlin", interpretar o Mosqueteiro Aramis. Eu tinha lido não lembro onde que ele estava nessa série, e desde então passei a ter vontade de vê-la. Claro que, novamente, todo aquele ambiente antigo e a própria história dos Mosqueteiros foram outros atrativos que me fizeram acompanhar a trama.

Dividida em três temporadas, a série da BBC nos faz viajar direto à Paris do século XVII e acompanhar a rotina de Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan.



Os Mosqueteiros: a guarda de elite do rei Luis XIII

Em Paris do século XVII surge D'Artagnan para vingar a morte de seu pai. Pensando que foi Athos quem o matou, ele busca vingança diretamente com os Mosqueteiros, onde conhece também Porthos e Aramis. Quando o mal entendido é resolvido e D'Artagnan descobre que não foi Athos quem matou seu pai, os quatro se tornam amigos, passando a lutar juntos defendendo o rei Luis XIII dos perigos que o cercam e de seus inimigos, muitas vezes infiltrados no próprio reino.

Na história são também personagens importantes Milady de Winter, a rainha Ana Maria Maurícia de Habsburgo (Ana de Áustria), que ao longo da série se apaixona por Aramis, Constance Bonacieux (futura esposa de D'Artagnan), Treville, o chefe dos Mosqueteiros e os vilões Richelieu (na primeira temporada), o cardeal e primeiro-ministro do rei Luis XIII, Rochefort (na segunda temporada) e Philippe Achille (na terceira temporada), irmão ilegítimo do rei.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Alfabeto Ogham

Continuando as postagens sobre os Celtas (e sua religião),  o tema de hoje é o Alfabeto Ogham, conhecido também como o alfabeto das árvores, servindo para adivinhações e magias. Era utilizado, na maioria das vezes, como forma de comunicação pelos druidas e em inscrições de lugares sagrados ou cemitérios. Seu conhecimento era transmitido de geração em geração. Segundo a crença celta, o alfabeto era mágico e foi criado pelo deus irlandês Ogma. Cada letra do Ogham representava uma árvore, que era sagrada e habitada por deuses e deusas. 
            
O Ogham era escrito em cima de uma linha horizontal, da esquerda para a direita, de baixo para cima e formado por 20 letras que são alocadas em cinco grupos de quatro sons, chamados Beithe, Huath, Muin, Ailm e Koad.

As letras são chamadas de Fedha (madeira), e cada um dos grupos é chamado Aicme (raça). Cada grupo é conhecido pela primeira letra. O alfabeto não possui caracteres separados, somente grupos de cinco sons, que são representados por linhas, de um à cinco), traçadas de diversas formas. Originalmente continha apenas quatro grupos, e posteriormente foram adicionados mais quatro símbolos, chamados de forfeda.
Abaixo, o significado de cada letra:




segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Wicca - A religião da Grande Mãe

A Wicca tornou-se popular como uma vertente da Antiga Religião celta e trouxe todos os costumes pagãos para os dias de hoje. É a sucessora de uma das primeiras religiões da humanidade e suas práticas remontam à era Neolítica.

Por ser uma religião matrifocal, onde o foco era na figura e natureza femininas, atraiu muitos seguidores que não estavam contentes com as religiões atuais e com o Deus punidor e cruel da Igreja Católica. A religião tornou-se popular após o ocultista Gerard Gardner propagá-la mundialmente. Um dos lemas da religião, que pode também ser encarada como filosofia é “Faça o que desejar sem a ninguém prejudicar”, pois os wiccanos acreditam na Lei da Causa e Efeito, onde todas as coisas, sejam boas ou ruins, voltam com poder multiplicado por três. Seus seguidores são denominados bruxos, wiccanos, wiccanianos e neo-pagãos.

Representação da união do masculino e feminino, a Deusa e o Deus

A crença na Grande Mãe provedora de tudo e todos faz parte dessa religião politeísta, bem como um universo de seres mitológicos (duendes, gnomos, fadas, silfos e ondinas) pertencentes aos quatro elementos da natureza: fogo, água, ar e terra.

A palavra “wicca vem do inglês arcaico wicce ou do saxão wich que significa “girar, dobrar ou moldar”. A religião busca recuperar o Sagrado Feminino e o papel das mulheres na religião como Sacerdotisas da Grande Mãe. Embora seja uma doutrina com foco na imagem feminina, prega igualdade entre homens e mulheres.

Os seguidores da Wicca acreditam no conceito da tríplice Deusa, em seu aspecto de Donzela, Mãe e Anciã, as fases da vida de uma mulher. A Donzela representa os impulsos, os começos e relaciona-se à Lua Crescente. A Mãe é a doadora da vida, grande nutridora e associa-se à Lua Cheia, e a Anciã é a detentora da sabedoria, grande conhecedora e transformadora, associando-se à Lua Minguante. É provável que o conceito cristão de Pai, Filho e Espírito Santo tenha partido do conceito feminino celta. Os wiccanianos também acreditam no Deus Cornífero, consorte da Deusa, mais conhecido como Cernunnos, deus da Natureza e a força masculina. Depois da fundação da Igreja Católica, o deus de chifres pagão passou a ser visto como o Diabo que conhecemos hoje. Cernunnos representa também o Sol, enquanto a Deusa Mãe, a Lua.Os seguidores da religião, algumas vezes, se reúnem para estudar ou praticar rituais juntos, e esse grupo é conhecido como Coven.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A religiosidade Celta

O povo celta, assim como toda civilização, tinha suas crenças, sempre baseadas no espírito da natureza, a Grande Mãe, protetora de tudo e todos, conhecida pela triplicidade Donzela, Mãe e Anciã. Possivelmente a associação cristã de "Pai, Filho e Espírito Santo" tenha partido dessa definição celta. Também acreditavam na reencarnação e no conceito de vida após a morte, pois tudo era visto como um processo cíclico de vida, morte e renascimento.  Por esse motivo, os celtas podem ser considerados precursores do kardecismo como conhecemos hoje, de acordo com pesquisas de historiadores, pois são a única civilização antiga que acreditava nesse conceito.  A religião celta é uma das mais antigas do mundo, conhecida também por seus praticantes como a Antiga Religião (Old Religion).


O princípio feminino

Os celtas viam na mulher uma imagem de sacralidade pois, naquela época, os homens que sangravam em batalha geralmente morriam e as mulheres, que sangravam todo mês, continuavam vivas e fortes. Como eles não sabiam a origem do sangramento e muito menos o que era menstruação, viam a mulher como um ser sagrado. O respeito ao feminino era algo muito presente e natural.

Os mistérios da procriação também eram um mito. Os homens ainda não tinham associado o ato sexual à gravidez e por isso acreditavam que a concepção era algo recebido diretamente dos Deuses, que eram responsáveis pelas estações do ano e controle da Natureza.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Civilização Celta


Quando falamos em civilização Celta, logo nos vêm à cabeça lendas medievais, cavaleiros, Rei Arthur, fadas e bruxas. Os celtas, sem dúvida, foram um povo mágico por natureza, deixando muitos ensinamentos e sabedoria. Ainda hoje existem muitos mistérios e segredos sobre a origem e desaparecimento dessa sociedade.


A civilização Celta

A palavra “celta” vem do grego keltoi, que era uma expressão usada para identificar os povos considerados “bárbaros”, aqueles que não eram gregos ou romanos. Como a origem da civilização ainda é incerta presume-se que surgiu quando tribos indo-européias migraram do Vale do Danúbio para o leste da Ásia, sul do Mar Mediterrâneo e norte da Escandinávia.

Os celtas, assim como toda civilização pré-cristã, eram pagãos (palavra que significa “homem que vive no campo”) e veneravam a figura feminina denominada “Deusa Mãe”. Consideravam-se uma espécie de guardiões de todas as criaturas da natureza e viam o conceito de propriedade diferentemente de como é visto na atualidade. Acreditavam que suas terras eram sagradas e que os bens materiais eram algo “emprestado” da grande Mãe. Não admitiam o desrespeito por suas terras e por toda a criação da grande Deusa e poderiam lutar até a morte para preservar sua honra. Seus ensinamentos eram transmitidos através da palavra, de geração em geração e não possuíam escritos. Dessa forma, quase tudo o que se sabe sobre a civilização provém dos escritores gregos e romanos que, muitas vezes, não os retratavam como realmente eram.

A civilização celta ocupou grande parte do continente europeu a partir de 800 a.C., expandindo-se para a Grã-Bretanha, Irlanda, País de Gales e demais ilhas. Eram notáveis artesãos e produziam suas próprias armas e utensílios, ganhando também a fama de metalúrgicos. Não possuíam grandes hierarquias, o rei/rainha era uma pessoa escolhida e considerada por todos como o (a) protetor (a) do clã. Por acreditarem na imortalidade da alma, não tinham medo da morte e, por isso, seus homens e mulheres eram grandes guerreiros. Partiam para a batalha cantando e honrando os deuses, sempre com os corpos pintados com símbolos e desenhos. Tinham grande apreço pela amizade, e a partir disso surgiu a expressão Anam Cara, que significa amigo da alma.