quarta-feira, 17 de julho de 2019

Instituto histórico e geográfico de São Vicente

Alô caiçaras!! Hoje a indicação de um local cultural super bacana vai pra vocês!! (mentira, a indicação vale para qualquer um porque é um lugar muuuuito legal).

Hoje vou falar um pouco sobre o Instituto histórico e geográfico de São Vicente (IHGSV) , um local que guarda um acervo incrível da história da cidade. Descobri o Instituto no começo desse ano, quando fui à praia. Eu tenho uma mania de sempre procurar locais artísticos/culturais quando vou viajar, porque conhecimento é sempre bom, e foi por esse motivo que descobri o Instituto e quero contar sobre ele pra vocês. Localizado no centro da cidade litorânea de São Vicente, próximo à praia do Gonzaguinha (popular "praia da Biquinha"), o casarão se destaca no local pela grandiosidade e por sua arquitetura. 

frente e entrada do Instituto. Foto: Jornal da Orla

Um pouco da história do Instituto e da Casa do Barão

O Instituto histórico e geográfico de São Vicente foi fundado em 05 de fevereiro de 1959 e fica localizado em uma casa de arquitetura antiga, ocupando grande parte do quarteirão. Essa casa antiga pertencia ao barão alemão Kurt Von Pritzelwitz, e por isso ela também é conhecida como "Casa do Barão". Essa mansão era uma chácara residencial e foi tombada como patrimônio histórico em 1988. Construída em 1925, a casa serviu como residência para o barão, que era gerente de uma empresa exportadora de café, a Theodor Wille. Kurt chegou ao Brasil em 1921 e casou-se com a vicentina Hildegard Georgina, filha de um alemão e uma inglesa. O barão ainda hoje é reconhecido por suas doações para a cidade, como a ajuda financeira à prefeitura na construção da Avenida Manuel de Nóbrega, na época.

Área externa do Instituto e Casa do Barão. Imagem: Jornal Vicentino

O Instituto abriga um museu com um acervo de 126 mil peças diversas, além da Biblioteca Municipal, com uma quantidade enorme de livros. São contabilizadas mais de 36 mil obras. No dia da minha visita, juntamente com um cuidador do local, pude visitar um cômodo fechado onde estão vários livros (alguns muito raros ou antigos), que serão catalogados e incluídos na Biblioteca. 

Há também uma gama de cursos, de artesanato à musica, e quase toda a tabela dos cursos fica descrita em um folder no portão de entrada. O Instituto também abriga o Café do Barão, muito famoso por seus cafés gourmets, sopas, entre outros. A fama da cafeteria é justamente poder tomar um café e desfrutar de um local tranquilo em meio à natureza e canto dos pássaros, contrastando com o ambiente conturbado da região central de São Vicente, onde o Instituto está localizado. 

Conhecendo o local 

O Instituto é aberto para visitação livre (toda a área externa e biblioteca), porém para entrar no museu, que fica localizado dentro da Casa do Barão, é necessário comprar um ingresso que custa dez reais (não tenho certeza do valor atual, já que fui em janeiro). A visita é guiada desde o começo, e em cada cômodo a guia responsável conta um pouco sobre a história do local, das festas no grande salão e hall de entrada, dos móveis e dos antigos moradores. É uma verdadeira viagem no tempo. O museu e seu acervo estão muito bem conservados, e a arquitetura local é realmente muito bonita. A única coisa que incomodou um pouco foi o calor. Estava MUITO quente. O museu não possuía ar condicionado; acredito que é porque não são permitidas alterações na estrutura, já que a casa virou um patrimônio tombado, então recomendo a visita em dias mais frescos, para que o calor não disperse a atenção. A área externa, por ser um quintal com muito verde, acaba sendo mais agradável que o interior da casa no verão. 

Área externa do Instituto. Foto: Revista Relevo

Um dos cômodos do local. Foto: TripAdvisor

Um cômodo do museu é dedicado a artefatos indígenas e outro a alguns animais antigos empalhados (alguns dão medo só de chegar perto). Também há espadas, artefatos de cozinha bem luxuosos e livros tão antigos que não são permitidos aos visitantes folheá-los ou sequer colocar a mão. Vez ou outra há exposições temporárias nos cômodos da frente do casarão. 

Fiquei aproximadamente três horas no Instituto, pois assim que acabou a visitação do museu, um dos cuidadores do local (preferi chamá-los de cuidadores do que de funcionários, pela paixão que eles mantêm pelo Instituto) me mostrou os espaços do casarão que estavam em obras, bem como outras casas no mesmo quintal. Além disso, também conheci um pouco as 'histórias sobrenaturais' do casarão, algo que os próprios cuidadores me contaram. Segundo eles, o espírito da esposa do barão ainda permanece ali, e é ela quem cuida pessoalmente de seu 'acervo particular', que inclui seus vestidos e móveis de seu antigo quarto. Mas ela é pacífica; quando percebe que os frequentadores estão cuidando e ajudando a manter a história do local viva, ela simplesmente aparece e desaparece em seguida. Em uma das histórias que ouvi, ela indiretamente guiou um dos cuidadores até o porão, onde havia um baú com as roupas dela (o baú não tinha sido descoberto antes). Segundo eles, a fantasma é sempre vista rapidamente em algumas janelas, principalmente à noite (medo!).

Segundo os cuidadores do local, são nessas janelas que o espirito de  Hildegard Georgina, esposa do barão, costuma aparecer. Abaixo, as janelas do porão. Foto: TripAdvisor

O Instituto pareceu, pra mim, uma base cultural bem forte, um local de encontro entre os moradores da cidade, onde além de cursos, também são realizadas palestras e peças teatrais, muitas delas narrando a história de São Vicente. Percebi que os guias e as pessoas que cuidam do local são apaixonadas pelo Instituto, contribuindo de maneira enérgica para todas as atividades e conservação do local, inclusive financeiramente, visto que o Instituto não recebe tanta verba quanto deveria para custear todos os custos e atividades. No dia da minha visita, também conheci o diretor presidente do local, Paulo Eduardo Costa, muito simpático e atencioso com os visitantes. 

Não há muita informação sobre o Instituto e sua programação na internet; sequer há um site oficial. No máximo o que achei foi uma página no facebook (que você pode conferir aqui), com informações, eventos e demais atualizações sobre o Instituto. 

Recomendo muito a ida até o local. Vá com tempo livre. Apesar de a visita durar aproximadamente duas horas, pode ser que você dê sorte, como eu, e tenha uma conversa super agradável com os cuidadores do local, aprendendo mais sobre o Instituto, suas histórias (também sobrenaturais) e conhecendo locais que não são costumeiramente abertos para visitação. O Instituto fica localizado na Rua Frei Gaspar, 280, centro, São Vicente - SP e é aberto todos os dias, das 10h às 18h. 

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